A efemeridade das relações online

Hoje eu acabei assistindo um vídeo no YouTube que realmente me destruiu e eu resolvi escrever isso aqui.

Todo mundo sabe que na sociedade hodierna, nossos relacionamentos são altamente voláteis. Entre a galera que eu via todo dia na escola, por exemplo, hoje em dia eu só vejo uns 10% deles com alguma frequência. Os amigos da faculdade com quem eu dividi tantas refeições, cervejas e momentos? Acabou quando eu larguei de tudo e me mudei pra voltar a estudar. (assunto pra outro dia?)

E eu tenho certeza que esse ciclo de desprendimentos vai se repetir sempre. Kant disse uma vez que as amizades são como o café. Talvez seja como uma coxinha de bar: uma vez esfriada, nenhum esforço de reaquecer vai retorná-la ao estado original. Um café esquentado jamais vai ser como um café fresco, preparado na hora, que nunca deixou-se esfriar.


O que trouxe esse post aqui hoje foi esse vídeo:

A música, a imagem, os comentários. Foi destruidor.

Imediatamente comecei a lembrar de todos os amigos virtuais ou não, que compartilharam algum momento jogando ou conversando comigo, e que sabe-se lá Deus por onde andam.

Como um dia, a gente conversou pela última vez sem saber, e fomos embora sem se despedir.

Na hora me vieram memórias das vezes que eu acordei de manhã nas férias pra jogar Minecraft com meus amigos, e ficar até tarde jogando e conversando.

Ou até as vezes que a gente se juntou no Skype pra estudar pra prova do dia seguinte, pra acabar vendo camisetas pra comprar na Kanui. Foram inúmeras lembranças de momentos que, na ocasião, não pareciam ser tão memoráveis.

Talvez esse seja o maior problema, a gente nunca percebe que está vivendo os “bons e velhos tempos” até que eles sejam só isso, uma nostálgica memória.

A nostalgia traz consigo a vontade de reviver essas experiências tão inocuamente marcantes, mas traz junto a tristeza de lembrar que nunca é possível recriar um momento passado.

Aproveitar, mesmo que intensamente, cada momento também não remedia a saudade, e a gente sempre fica pensando que poderia ter curtido mais depois que acaba.

A alegria, talvez, de ser grato pelo que aconteceu consiga combater a tristeza do fim, como famosamente dito por Dr. Seuss.

Na Internet, talvez, esses caminhos divergentes que tomamos de nossas amizades sejam ainda mais evidentes. Ou talvez eu que seja ruim em manter acesa a chama por esforço próprio.

Será? As vezes eu acho que isso é como prolongar a vida de um moribundo. Dá até pra ir empurrando por um tempo, mas não dá pra evitar.

Aprender que todas as nossas relações são efêmeras deve ser parte de crescer.

Seja na vida real ou na Internet, o subgrupo de pessoas com quem você interage diariamente vai ser totalmente diferente daqui um tempo, assim como todas as células do seu corpo serão diferentes em 8 anos.

E é simplesmente assim que as coisas funcionam. Fazer o quê, né?



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