O hype de um novo console – algumas coisas sobre o Nintendo Switch (NX)

A hype antes de um grande anúncio é sempre um período de agitação prolongado em nossas vidas – a inesperada surpresa que você sabe que está vindo e ainda assim te surpreende representa um marco, um ponto divisivo na sua maneira de ver o mundo. (em uma escala muito pequena, assim como vários outros fatos diários)

A verdade é que a gente sempre espera por alguma coisa. Seja suas porcarias do AliExpress, seja o dia da maldade,  ou nesse caso, um novo console. O simples mistério do desconhecido, a possibilidade da disrupção de todo o mercado de jogos, uma nova maneira de se jogar video games. Aliás, a Nintendo vem tentando isso já faz tempo. Se ela conseguiu ou não, é um debate pra outro dia. Mais importante que isso, e o que eu quero conversar aqui é sobre esse período mágico, composto por vários períodos que representam estados mentais diferentes. Meio confuso, mas segue aqui que eu tento explicar.

Desde criança, a gente sempre teve essa ansiedade saudável em esperar pela próxima new big thing, o lançamento que iria mudar o seu dia-a-dia. Os rumores eram repassados em um telefone-sem-fio internacional e o tio do amigo do irmão do seu amigo, que trabalhava em determinada empresa, era o responsável por vazar esse dado confidencial que a uma hora dessas já não era segredo pra mais ninguém. As revistas faziam um bom trabalho de divulgar informações em um período anterior ao acesso livre e fácil à Internet, e eram a fonte principal de toda essa hype.

Hoje em dia, a gente já sabe que, dado um certo tempo desde o lançamento de uma geração, a Nintendo vai anunciar um novo console e em alguns meses, as outras marcas seguem anunciando seus respectivos aparelhos e dando início a uma nova geração. É um ciclo que, com a nossa visão limitada de hoje, não parece ter um fim próximo.

O Arlo, inclusive, fez um vídeo que foi a minha motivação pra escrever isso aqui.

E é então que é anunciado o novo console da Nintendo.

Ele é mais ou menos o que a gente já esperava. Um híbrido de Portátil e Console de mesa. Mas esse vídeo acabou criando mais dúvidas do que respondendo na verdade.

Eu me impressionei com o console, mesmo já esperando de uma forma ou outra. O conceito parece super interessante, o maior motivo pelo qual eu tinha abandonado os consoles de mesa era que quando em casa eu sempre preferi usar o computador até porquê eu não costumo reservar um período do meu dia pra jogar, e ter que passar por todos os processos de ligar o console e escolher o jogo (é mais longo do que parece) acaba ficando cansativo pra uma jogatina casual, o que leva meus consoles a terminar no esquecimento. Porém, com portáteis a coisa é diferente. A capacidade de largar o negócio na minha bolsa e levar comigo sempre que eu sei que vou ter algum período ocioso é o que me faz realmente aproveitar os aparelhos, já que eu odeio jogos de celular por serem chatos de se jogar por mais que cinco minutos e pela falta de feedback tátil. Pensando desse jeito, o Switch resolve a maioria dos meus problemas. A portabilidade adicionada com certeza aumentaria a longevidade do console e poder jogar de forma confortável em casa é um belo de um bônus.

Por outro lado, é um vídeo de cinco minutos que não mostra muita coisa além da gimmick principal do console, e isso me deixa um pouco apreensivo. Vamos esperar mais anúncios oficiais, mas para a conversa fluir, vou deixar algumas perguntas aqui e algumas coisas que eu reparei no vídeo.

Primeiramente, eu não considero esse vídeo um anúncio de um novo console. Na verdade, tudo que eles fizeram foi falar: “ó, a gente tá fazendo isso aqui e você pode fazer isso e aquilo, tchau”.

Não tiveram novos jogos ou novas franquias, apesar de que eles deram uma dica que estão correndo atrás do suporte de third-parties, o que mostra  que estão tomando uma postura que deviam ter tomado há muito tempo, mas é bom ver que o Wii U ensinou alguma coisa pra eles. Aliás, a lista de parceiros deles é surpreendente.

Tem até a From Software no meio desse bolo, que levou o pessoal a cogitar a aparição de Dark Souls no console. Pelo jeito a Nintendo percebeu que ela também tem uma audiência adulta que cresceu jogando seus jogos, e agora quer oferecer opções pra eles também, como pode ser evidenciado por não ter uma única criança no teaser do console. Outra mudança que vinha sido pedida há muito tempo. (além de ser region-free também, coisa que já devia ter ocorrido faz tempo)

Mas esse anúncio nos trouxe uma incerteza sobre o futuro da linhagem DS. Será que eles verão o atual portátil como redundante graças as capacidades portáteis do Nintendo Switch? Não dá pra se falar com certeza a essa altura, mas enquanto o Switch parece ter uma pegada menos casual, o 3DS reina na área de jogos em que você pode jogar um pouco agora e outro tanto sabe-se lá que horas sem perder a experiência do jogo, coisa que muitas das vezes não é possível com jogos mais sérios como os que vemos em consoles.

Nós sempre fomos acostumados, desde o GameBoy, com um portátil coexistindo paralelamente ao seu irmão maior e com lançamentos para os dois, mas será que essa era está fadada a acabar? A Sony provavelmente não vai lançar outro portátil tão cedo graças ao relativo fracasso do Vita, e se a Nintendo resolver abandonar a linha DS, sim, será o fim dos portáteis. Até que faz sentido, considerando o grande mercado mobile, já que eu sou uma minoria que odeia joguinhos de celular.

Mas a maior parte disso é especulação, e de nada adianta ficar ansioso para um console sem saber quais serão os jogos. (afinal de contas, um console sem jogos é um tijolo bem caro)

Vamos esperar pra ver no que dá isso aí.

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