Enquanto eu trabalhava no guia completo de teclados mecânicos custom, eu acabei sentindo a necessidade de criar um glossário com os termos mais usados. Provavelmente eu vou fazer isso, aliás, mas resolvi dedicar um post inteiro para falar de tamanhos de teclado pois é uma coisa que muita gente tem dúvida.
Seguinte: Quando vamos falar de tamanhos de teclado, utilizamos uma porcentagem. Muita gente acha que essa nomenclatura se refere ao layout (65% é 60% com setinhas ou 80% é um 100% sem numérico) mas a verdade é que existem muitos layouts diferentes dentro de um mesmo tamanho.
Primeiro de tudo, temos o 100%. Quase ninguém chama ele de 100%.
É o teclado “Full-size”, que é o tamanho padrão. Aquele que todo mundo já usou na vida, com as setinhas, o teclado numérico, os F1, F2, F3… (F-keys)
Por ser o padrão, ele é a base pros outros tamanhos.
Um pouco menor que isso são os teclados 80%. Se você pegar um teclado 100% e remover a área onde fica o teclado numérico, você tem um 80%. A grande maioria dos layouts é basicamente isso, e são chamados de Tenkeyless (TKL). Alguns teclados optam por mesclar o teclado numérico com a área de navegação (onde ficam as setinhas e os Home, Pg Up, Pg down…) também.
Agora, retirando todo o teclado numérico e a área de navegação, temos um 75%. É um teclado mais “quadrado” ao invés de wide, por causa das proporções.
Reduzindo mais um pouco, chegamos a 60%. Basta tirar o row das F-keys. A esse ponto, é importante lembrar que em nenhuma redução perde-se a usabilidade do teclado, pois ainda é possível fazer todas as funções que um teclado 100% ou full-size faz, mas com menos teclas dedicadas.
Esse é o tamanho mais comum para um teclado custom e o predileto da maioria da comunidade. Por conta disso, na hora de montar um custom, a variedade de peças vai ser bem abundante.
Se dermos uma esticadinha em um 60%, obtém-se um 65%, que é basicamente um 60% com uma coluna adicional para acomodar melhor setinhas e teclas de navegação sem comprometer a facilidade do layout e com pouco aumento de área.
Por fim, temos uma redução generalizada e chegamos em 40%. Tem o 50% também, que tem uma linha a mais. Mas como existem variações do que se reduz pra chegar por aqui, não vou entrar em muitos detalhes.
Afinal de contas, dá pra usar tranquilo um teclado 60% ou 80%?
Dá. Claro que isso depende muito do seus usos e necessidades. Se você trabalha o dia todo preenchendo tabelas no Excel, talvez seja interessante manter um teclado numérico. Mas, um teclado full-size acaba sendo redundante pra muita gente. Pessoalmente, eu opto quase sempre por teclados 60% com as setinhas programadas ali no canto direito. Nunca tive problemas em me acostumar ou falta de usabilidade assim, e teclados menores tem muitas vantagens.
Muita gente pensa na portabilidade, mas existem teclados 60% que pesam mais de 3kg. Pra mim, a maior vantagem é ocupar menos espaço na mesa e reduzir a viagem da mão direita, entre a área de digitação e o mouse. É um ponto que poucos pensam de primeira, mas é bastante perceptível durante o uso.
Mesmo assim, não dá pra dizer que é pra qualquer um, já que cada um tem necessidades específicas. Mas, na minha opinião, se você precisa de um teclado numérico, comprar um dedicado e usar um teclado 80% ou 60% é o mais ergonômico e o ideal. Sim, obviamente é mais caro do que simplesmente comprar um teclado full-size, mas você ganha muito com a modularidade.
Com um teclado numérico (ou um macropad) dedicado você pode facilmente alocar ele para onde é mais confortável para VOCÊ, ao invés de ter ele fisicamente preso ao teclado. Dá pra colocar na esquerda, por exemplo. Ou retirar ele completamente quando for jogar. Ou ainda, programar ele com macros e atalhos úteis, se estivermos falando de um numérico mecânico programável.
De qualquer forma, teclados são ferramentas muito pessoais é é importante pensar do que faz mais sentido pra você.