Análise: Razer Adaro DJ – Será que dessa vez a Razer fez algo que presta?

Não é novidade pra ninguém do meio entusiasta que a Razer não tem lá o melhor histórico de fazer produtos de qualidade.

Quando alguém aponta que não se trata de uma boa marca, muitos retrucam com alguns seletos produtos que ela haveria criado ou remarcado cuja qualidade era realmente boa e competitiva.

Entre eles, geralmente são mencionados o DeathAdder Elite, o Razer BlackShark, o Blackwidow 2013 e… a linha Adaro de fones de ouvido, com destaque ao Adaro DJ. Mas será que é verdade? Será que o Adaro DJ é bom mesmo?

 

Introdução

A título investigativo, resolvi importar um Adaro DJ para ver do que se tratava esse hype todo dele.

Me disseram que ele era um rebrand ou até mesmo um projeto feito pela legendária Denon, sendo talvez um HP-1000 com roupagem diferente. Se isso é verdade, eu não tenho ideia. Mas assumo que isso me interessou bastante, afinal de contas, seria possivelmente uma maneira mais barata de comprar e testar o HP-1000.

Acessórios

O Adaro DJ vem acompanhado de dois cabos e uma hard case para viagem. Sinceramente, uma case de ótima qualidade e muito conveniente, sendo que minha intenção com o fone era utilizar em viagens.

A case é de couro por fora e veludo por dentro, oferece uma boa resistência e protege bem o fone.

Os cabos que acompanham ele são… bom, são péssimos.

Ele acompanha um cabo P10 espiralado e um P2 tradicional. O problema é que os cabos são verde neon e não muito flexíveis. Não é incomum ouvir relatos de cabos quebrados com o uso. Se possível, considere substituir esse cabo assim que possível.

Construção

A maior parte da estrutura do fone é feita em um plástico de aspecto duvidoso e eu já vi casos de rachaduras com pouco tempo de uso.

É um fone relativamente leve, pesando 360g com o cabo. Mas eu volto nisso depois, na parte do conforto.

As hastes retráteis são de uma liga metálica fina, porém sólida. Os ajustes podem ser nivelados com alguns “cliques”, concavidades nessa lâmina de metal.

O arco principal dele é revestido em couro sintético com um branding da marca em relevo negativo.

As Earcups são de plástico, rotacionáveis em 90° (para apoiar no pescoço ou deixar em uma superfície plana) e dobráveis também, facilitando o transporte e a portabilidade.

As earpads são também de couro sintético e apesar de confortáveis (mais sobre isso na seção de “conforto”) elas provavelmente vão ressecar em pouco tempo.

Ao todo, construção não é bem o forte do Adaro DJ. Ele definitivamente poderia utilizar um plástico melhor e um couro de melhor qualidade também.

Conforto

No geral, é um fone tranquilo de se usar. As earpads são grandes e macias e o clamping dele não é muito intenso. Entretanto, por se tratarem de pads de couro/similar, a respirabilidade não é muito grande e portanto não é muito legal de se usar em lugares quentes, durante esportes ou durante muito tempo.

Pelo menos no meu pescoço, eu senti que ele é meio apertado pra se deixar ele “pendurado” confortavelmente. Como é um fone “portátil”, achei interessante mencionar isso.

Som

No fundo, a coisa mais importante em um fone é o som. O Adaro DJ não se saiu muito bem até agora, mas o som faz tudo valer a pena, não é?

Não.

Na verdade, o som dele é bem desagradável, pelo menos aos meus ouvidos.

Eu tinha esperanças em encontrar um bom fone “basshead” com graves fortes, mas a realidade é que apesar de altos, os graves são totalmente descontrolados e soltos, sujando muito as frequências médias.

Além disso, os graves não são ao menos divertidos. Ele não tem aquela “pancada”, parece mais um zumbido monótono que não foi “integrado” ao resto do som.

Os agudos dele não são tão intensos mas também não são prazerosos ou melódicos. Eles só estão lá, sem realmente contribuir com a assinatura do fone.

Os médios são muito recuados pra ser um fone viável pra maioria dos estilos musicais. Eu imaginei que talvez músicas eletrônicas pudessem ter uma sonoridade mais legal neles, mas, não.

Conclusão

Nas semanas que eu usei o Adaro DJ, fiquei me perguntando a quem eu recomendaria esse produto. Sinceramente, é difícil encontrar um arquétipo de usuário a quem ele seria adequado, ele não faz nada realmente bem.

Como fone portátil, é meio grande pra isso. Para bassheads? O grave dele não é satisfatório, só é mal regulado. Pra assistir filmes ou ouvir podcasts? Não, vocais muito recuados.

Pelos 40 dólares que ele custa na Amazon é um fone até razoável, mas não dá pra ignorar que ele originalmente custava bem mais caro (e flopou) e aqui no Brasil ainda é achado na casa dos 500 reais.

Eu sinto que ele não seja um fone que valha a pena em nenhum dos casos, já que mesmo se você pudesse importar diretamente pelos 40 dólares, ainda seria melhor pegar outra coisa nessa faixa como um Samson SR950

Mas, pelo menos ele é bonitinho. (depois que você joga o cabo no lixo)

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